quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Assimetria no balanço dos braços pode indicar doença de Parkinson

Balanços de braços assimétricos durante a marcha podem ser um sinal precoce de doença de Parkinson, dizem neurologistas que acreditam que a detecção precoce pode ajudar médicos a realizarem tratamentos que reduzam a velocidade de degeneração dos neurônios até que estratégias para diminuir a progressão da doença estejam disponíveis.

“Atualmente a doença é diagnosticada por tremor de repouso e rigidez no corpo e nos membros”, afirma Xuemei Huang, professor associado de neurologia, do colégio de Medicina Penn State Hershey . “Mas no momento em que nós diagnosticamos a doença, cerca de 50 a 80% das células críticas denominadas neurônios dopaminérgicos já estão mortas.”
Huang e seus colegas estão estudando marcha – a maneira como as pessoas caminham – para compreender os sinais físicos que podem ser um marcador muito precoce para o início do Parkinson. Eles confirmaram a impressão clínica de Huang de que em pessoas com Parkinson, o balanço dos braços é assimétrico. Em outras palavras, um braço balança muito menos que o outro enquanto a pessoa caminha.
“Nós sabemos que os pacientes com Parkinson perdem o balanço do braço já no início da doença mas ninguém havia trabalhado usando um método medido cientificamente para observar se a perda era assimétrica ou quando essa assimetria aparecia pela primeira vez, disse Huang. “Nossa hipótese é que como o Parkinson é uma doença assimétrica, o balanço de um dos braços será perdido antes comparado ao do outro.”
A análise da magnitude do balanço do braço, assimetria e velocidade da marcha mostraram que o balanço do braço de pessoas com Parkinson tem uma assimetria notavelmente maior do que em pessoas sem a doença. Quando os participantes caminhavam mais rápido, o balanço do braço aumentava, mas a assimetria entre os braços se mantinha igual.
“Nós acreditamos que essa é a primeira demonstração de que a assimetria do balanço dos braços pode ser um sinal muito inicial da doença,” disse Huang. “Nossos dados sugerem que isso pode ser uma ferramenta muito útil para a detecção precoce do Parkinson,” observou Huang. “Há esforços em larga escala para descobrir drogas que reduzam a velocidade de morte celular. Quando elas forem descobertas, elas poderão ser utilizadas em conjunto com essa técnica para impedir ou talvez curar a doença, pois eles seriam administrados antes que um dano maior ocorresse.”
Os outros pesquisadores que participaram deste estudo são: Michael D. Lewek, professor assistente de ciência do exercício e do esporte; Roxanne Poole, coordenadora do estudo; Julia Johnson, colega clínico, e Omar Halawa, estudante médico, todos da Universidade da Carolina do Norte.
Os responsáveis por este trabalho foram o Instituto Nacional da Saúde e o Centro de Ciências para o Movimento Humano da Universidade da Carolina do Norte.
ScienceDaily (10 de Dezembro de 2009)
Gostaria de ressaltar que o estudo apresentado nesta matéria é tema da edição atual de ‘Gait and Posture’, uma publicação internacional de grande peso no meio científico de estudos sobre marcha e postura.

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